01 dezembro 2008

Antike. Wargame ou Eurogame?

Conheci este jogo na Ludus e das duas vezes em que o joguei tive a felicidade de terminá-lo em primeiro sem ter a ncessidade de me valer da força bruta para isso. Mas como pode um jogo baseado na construção de um império bélico privilegiar aqueles que evitam uma partida voltada para conflitos militares? Acho que a resposta está na quantidade de meios para se pontuar neste jogo. Vejamos então um pouco mais de seus detalhes.

Em síntese o Antike é um jogo de controle de área desenvolvido por Mac Gerdts (Imperial, Hamburgum, Princes of Machu Picchu) enfocado no desenvolvimento de civilizações antigas que irão no decorrer da partida construir seu império com o fortalecimento militar terrestre e naval, com o descobrimento de tecnologias, expansão territorial, construção de templos e outras ações que possibilitarão ao jogador obter pontuações para a vitória.

A mecânica do jogo é baseada no sistema RONDEL de escolha de ações que consiste em um círculo dividido em secções, cada qual com determinada ação para o jogador escolher, sendo que a ação subsequente à escolhida será determinada em um único sentido (neste caso será no sentido horário) e em um limite de espaços a andar (neste caso o limite é de três espaços).

o "Rondel"

Os jogadores deverão controlar regiões e construir cidades para poderem produzir os três recursos presentes: ouro, mármore e ferro. O ouro é utilizado para a aquisição de novas tecnologias, o mármore é a fonte para construção de tempos e o ferro serve para o desenvolvimento de novos exércitos e frotas navais. Estes três recursos juntos servirão para fundar novas cidades. Além disso temos ainda um quarto recurso que servirá como um coringa, substituindo os demais, que é a moeda ganha em cada início de um novo turno.

Ganha-se pontos na expansão do império (ao controlarmos mais de 5 cidades), ou ao expandirmos nossa frota marítima (quando controlamos 7 mares), ou ainda quando descobrimos uma nova tecnologia ou a atualizamos. Podemos ainda ganhar pontos quando contruímos 3 templos ou quando destruimos um templo inimigo. Então, percebe-se que existem várias maneiras de se pontuar e estas não dependem de batalhas militares.

As resolução das batalhas dá-se de forma bem simples, sendo eliminado o exército atacante e o defensor na mesma quantidade, equivalendo ambos em nível de força. Assim, se um jogador ataca com 2 exércitos um outro jogador com apenas 1 exército, será eliminado 1 exército de cada jogador restando apenas 1 exército do atacante.

Os templos construídos além de garntir ao jogador pontos de vitória, representam ainda um diferencial nas cidades dando às mesmas maior pontos de defesa e permitindo que a produção de recursos e a reunião de exércitos sejam triplicados.

Não obstante não ser necessário "partir para a guerra" para se ganhar o jogo, parece ser sempre necessário que os jogadores ainda assim se fortaleçam militarmente de modo a evitar que suas cidades e domínios sejam invadidos.


A qualidade dos componentes é média, sendo que os exércitos, cidades e navios são representados por meeples de madeira, mas as cartas de pontuação não possuem uma arte final diferenciada ou detalhada, sendo apenas identificada cada um por nomes diferentes. O tabuleiro por sua vez mostra-se bem funcional não podendo-se dizer o mesmo dos nomes das regiões que acabam sendo de difícil identificação.


as cartas do jogo representando pontos por 3 templos


Em resumo, é um jogo que não depende da sorte nem do lançamento de dados, resolvendo-se basicamente na estratégia determinada pelo jogador que poderá ainda se valer de diplomacia para evitar conflitos. O sistema de escolha de ações é bem interessante e traz um equilíbrio natural ao jogo, pois, não impede que vários jogadores escolham a mesma opção, mas faz com que os mesmos tracem estratégias de escolha diferente. Para mim é um dos melhores sistemas existentes para escolha de ações.

Respondendo a pergunta formulada no tópico, acho que Antike é uma mistura de Wargame com Eurogame, dando aos seus jogadores diversas opções para a vitória, podendo ser alcançada por um exército faminto por sangue inimigo ou ainda com a destreza e inteligência de um soberano sedento por novas tecnologias e temeroso aos deuses construindo templos fortificados.

Um comentário:

Anônimo disse...

Fala Parma, belíssima análise do Antike, que é um jogão, mas eu não acho ele um wargame.
abs.